terça-feira, 10 de agosto de 2010

Aqueles dois -- Caio Fernando Abreu


1
A verdade é que não havia mais ninguém em volta. Meses depois,
não no começo, quando não havia ainda intimidade para isso, um deles
diria que a repartição era como "um deserto de almas". O outro
concordou sorrindo, orgulhoso, sabendo-se excluído. E longamente então,
entre cervejas, trocaram ácidos comentários sobre as mulheres
mal-amadas e vorazes, os papos de futebol, amigo secreto, lista de
presente, bookmaker, bicho, endereço de cartomante, clipes no relógio
de ponto, vezenquando salgadinhos no fim do expediente, champanhe
nacional em copo de plástico. Num deserto de almas também desertas,
uma alma especial reconhece de imediato a outra ― talvez por isso,
quem sabe? Mas nenhum deles se perguntou.
Não chegaram a usar palavras como especial, diferente ou qualquer
outra assim. Apesar de, sem efusões, terem se reconhecido no primeiro
segundo do primeiro minuto. Acontece porém que não tinham preparo
algum para dar nome às emoções, nem mesmo para tentar entendê-las.
Não que fossem muito jovens, incultos demais ou mesmo um pouco
burros. Raul tinha um ano mais que trinta; Saul, um a menos. Mas as
diferenças entre eles não se limitavam a esse tempo, a essas letras.
Raul vinha de um casamento fracassado, três anos e nenhum filho.
Saul, de um noivado tão interminável que terminara um dia, e um
curso frustrado de arquitetura. Talvez por isso, desenhava. Só rostos,
com enormes olhos sem íris nem pupilas. Raul ouvia música e, às
vezes, de porre, pegava violão e cantava, principalmente velhos boleros
em espanhol. E cinema, os dois gostavam.
Passaram no mesmo concurso para a mesma firma, mas não se
encontraram durante os exames. Foram apresentados no primeiro dia
de trabalho de cada um. Disseram prazer, Raul, prazer, Saul, depois
como é mesmo o seu nome? sorrindo divertidos da coincidência. Mas
discretos, porque eram novos na firma e a gente, afinal, nunca sabe
onde está pisando. Tentaram afastar-se quase imediatamente,
deliberando limitarem-se a um cotidiano oi, tudo bem ou no máximo, às
sextas, um cordial bom-fim-de-semana-então. Mas desde o princípio
alguma coisa ― fados, astros, sinas, quem saberá? ― conspirava contra
(ou a favor, por que não?) aqueles dois.
Suas mesas ficavam lado a lado. Nove horas diárias, com intervalo
de uma para o almoço. E perdidos no meio daquilo que Raul (ou teria
sido Saul?) meses depois chamaria de "um deserto de almas", para não
sentirem tanto frio, tanta sede, ou simplesmente por serem humanos,
sem querer justificá-los ― ou, ao contrário, justificando-os plena e
profundamente, enfim: que mais restava àqueles dois senão, pouco a
pouco, se aproximarem, se conhecerem, se misturarem? Pois foi o que
aconteceu. Mas tão lentamente que eles mesmos mal perceberam.
2
Eram dois moços sozinhos. Raul viera do Norte, Saul do Sul.
Naquela cidade todos vinham do Norte, do Sul, do Centro, do Leste ― e
com isso quero dizer que esse detalhe não os tornaria especialmente
diferentes. Mas no deserto em volta, todos os outros tinham referenciais
― uma mulher, um tio, uma mãe, um amante. Eles não tinham
ninguém naquela cidade ― de certa forma, também em nenhuma outra
― a não ser a si próprios. Poderia dizer também que não tinham nada,
mas não seria inteiramente verdadeiro.
Além do violão, Raul tinha um telefone alugado, um toca-discos
com rádio e um sabiá na gaiola, chamado Carlos Gardel. Saul, uma
televisão colorida com imagem fantasma, cadernos de desenho, vidros
de tinta nanquim e um livro com reproduções de Van Gogh. Na parede
do quarto, uma outra reprodução também de Van Gogh: aquele quarto
com a cadeira de palhinha parecendo torta, a cama estreita, as tábuas
manchadas do assoalho. Deitado, Saul tinha às vezes a impressão de
que o quadro era um espelho refletindo quase fotograficamente o
próprio quarto, ausente apenas ele mesmo. Quase sempre, era nessas
ocasiões que desenhava.
Eram dois moços bonitos, todos achavam. As mulheres da
repartição, casadas, solteiras, ficaram nervosas quando eles surgiram,
tão altos e altivos, comentou de olhos arregalados uma secretária. Ao
contrário dos outros homens, alguns até mais jovens, nenhum deles
tinha barriga ou aquela postura desalentada de quem carimba ou
datilografa papéis oito horas por dia.
Moreno de barba forte azulando o rosto, Raul era um pouco mais
definido, com sua voz de baixo profundo, tão adequada aos boleros
amargos que gostava de cantar. Tinham a mesma altura, o mesmo
porte, mas Saul parecia um pouco menor e mais frágil, talvez pelos
cabelos claros, cheios de caracóis miúdos, olhos assustadiços, azul
desmaiado. Eram bonitos juntos, diziam as moças, um doce de olhar.
Sem terem exatamente consciência disso, quando juntos os dois
aprumavam ainda mais o porte e, por assim dizer, quase cintilavam, o
bonito de dentro de um estimulando o bonito de fora do outro e viceversa.
Como se houvesse, entre aqueles dois, uma estranha e secreta
harmonia.
3
Cruzavam-se silenciosos, mas cordiais, junto à garrafa térmica do
cafezinho, comentando o tempo ou a chatice do trabalho, depois
voltavam às suas mesas. Muito de vez em quando um pedia fogo ou um
cigarro ao outro, e quase sempre trocavam frases como tanta vontade
de parar, mas nunca tentei, ou já tentei tanto, agora desisti. Durou
tempo, aquilo. E teria durado muito mais, porque serem assim
fechados, quase remotos, era um jeito que traziam de longe. Do Norte,
do Sul, de dentro talvez.
Até um dia em que Saul chegou atrasado e respondendo a um vago
que-que-houve contou que tinha ficado até tarde assistindo a um velho
filme na televisão. Por educação, ou cumprindo ritual, ou apenas para
que o outro não se sentisse mal chegando quase às onze, apressado,
barba por fazer, Raul deteve os dedos sobre o teclado da máquina e
perguntou: que filme? Infâmia* Saul contou baixo, Audrey Hepburn,
Shirley MacLayne, um filme muito antigo, ninguém conhece. Raul
olhou-o devagar, e mais atento, como ninguém conhece? eu conheço e
gosto muito, não é aquela história das professoras que. Abalado,
convidou Saul para um café, e no que restava daquela manhã muito fria
de junho, o prédio feio mais do que nunca parecendo uma prisão ou clínica
psiquiátrica, falaram sem parar sobre o filme.
Outros filmes viriam nos dias seguintes, e tão naturalmente como
se alguma forma fosse inevitável, também vieram histórias pessoais,
passados, alguns sonhos, pequenas esperanças e sobretudo queixas.
Daquela firma, daquela vida, daquele nó, confessaram uma tarde cinza
de sexta, apertado no fundo do peito. Durante aquele fim de semana
obscuramente desejaram, pela primeira vez, um em sua quitinete, outro
no quarto de pensão, que o sábado e o domingo caminhassem depressa
para dobrar a curva da meia-noite e novamente desaguar na manhã de
segunda-feira, quando outra vez se encontrariam para: um café. Assim
foi, e contaram um que tinha bebido além da conta, outro que dormira
quase o tempo todo. De muitas coisas falaram aqueles dois nessa
manhã, menos da falta um do outro que sequer sabiam claramente ter
sentido.
Atentas, as moças em volta providenciavam esticadas aos bares
depois do expediente, gafieiras, discotecas, festinhas na casa de uma,
na casa de outra. A princípio esquivos, acabaram cedendo, mas quase
* The children's hour, de William Wyler. Adaptação da peça de Lilian Hellmann.
sempre enfiavam-se pelos cantos e sacadas para trocar suas histórias
intermináveis. Uma noite, Raul pegou o violão e cantou "Tu me
acostumbraste". Nessa mesma festa, Saul bebeu demais e vomitou no
banheiro. No caminho até os táxis separados, Raul falou pela primeira
vez no casamento desfeito. Passo incerto, Saul contou do noivado
antigo. E concordaram, bêbados, que estavam ambos cansados de todas
as mulheres do mundo, suas tramas complicadas, suas exigências
mesquinhas. Que gostavam de estar assim, agora, sós, donos de suas
próprias vidas. Embora, isso não disseram, não soubessem o que fazer
com elas. Dia seguinte, de ressaca, Saul não foi trabalhar nem
telefonou. Inquieto, Raul vagou o dia inteiro pelos corredores
subitamente desertos, gelados, cantando baixinho "Tu me
acostumbraste", entre inúmeros cafés e meio maço de cigarros a mais
que o habitual.
Os fins de semana foram se tornando tão longos que um dia, no
meio de um papo qualquer, Raul deu a Saul o número de seu telefone,
alguma coisa que você precisar, se ficar doente, a gente nunca sabe.
Domingo depois do almoço, Saul ligou só para saber o que o outro
estava fazendo, e visitou-o, e jantaram juntos a comidinha mineira que
a empregada deixara pronta no sábado. Foi dessa vez que, ácidos e
unidos, falaram no tal deserto, nas tais almas.
Há quase seis meses se conheciam. Saul deu-se bem com Carlos
Gardel, que ensaiou um canto tímido ao cair da noite. Mas quem
cantou foi Raul: "Perfídia", "La barca", "Contigo en Ia distancia" e, a
pedido de Saul, outra vez, duas vezes, "Tu me acostumbraste". Saul
gostava principalmente daquele pedacinho assim sutil llegaste a mí
como una tentación Henando de inquietud mi corazón. Jogaram algumas
partidas de buraco e, por volta das nove, Saul se foi.
Na segunda-feira não trocaram uma palavra sobre o dia anterior.
Mas falaram mais que nunca, e muitas vezes foram ao café. As moças
em volta espiavam, às vezes cochichavam sem que eles percebessem.
Nessa semana, pela primeira vez almoçaram juntos na pensão de Saul,
que quis subir ao quarto para mostrar os desenhos, visitas proibidas à
noite, mas faltavam cinco para as duas e o relógio de ponto era
implacável. Pouco tempo depois, com o pretexto de assistir a Vagas
estrelas da Ursa na televisão de Saul, Raul entrou escondido na pensão,
uma garrafa de conhaque no bolso interno do paletó. Sentados no chão,
costas apoiadas na cama estreita, quase não prestaram atenção no
filme. Não paravam de falar. Cantarolando "Io che non vivo", Raul viu os
desenhos, olhando longamente a reprodução de Van Gogh, depois
perguntou como Saul conseguia viver naquele quartinho tão pequeno.
Parecia sinceramente preocupado. Não é triste? perguntou. Você não se
sente só? Saul sorriu forte: a gente acostuma.
Aos domingos, agora, Saul sempre telefonava. E vinha. Almoçavam
ou jantavam, bebiam, fumavam, jogavam cartas, falavam o tempo todo.
Enquanto Raul cantava ― vezenquando "El dia que me quieras",
vezenquando "Noche de ronda" ―, Saul fazia carinhos lentos na
cabecinha de Carlos Gardel pousado no seu dedo indicador. Às vezes
olhavam-se. E sempre sorriam. Uma noite, porque chovia, Saul acabou
dormindo no sofá. Dia seguinte, chegaram juntos à repartição, cabelos
molhados do chuveiro. Nesse dia as moças não falaram com eles. Os
funcionários barrigudos e desalentados trocaram alguns olhares que os
dois não saberiam compreender, se percebessem. Mas nada
perceberam, nem os olhares nem duas ou três piadas enigmáticas.
Quando faltavam dez para as seis saíram juntos, altos e altivos, para
assistir ao último filme de Jane Fonda.
Quando começava a primavera, Saul fez aniversário. Porque
achava seu amigo muito solitário ou por outra razão assim, Raul deu a
ele a gaiola com Carlos Gardel. No começo do verão, foi a vez de Raul
fazer aniversário. E porque estava sem dinheiro, porque seu amigo não
tinha nada nas paredes da quitinete, Saul deu a ele a reprodução de
Van Gogh. Mas, entre esses dois aniversários, aconteceu alguma coisa.
No Norte, quando começava dezembro, a mãe de Raul morreu e ele
precisou passar uma semana fora. Desorientado, Saul vagava pelos
corredores da firma esperando um telefonema que não vinha, tentando
em vão concentrar-se nos despachos, processos, protocolos. À noite, em
seu quarto, ligava a televisão gastando tempo em novelas vadias ou
desenhando olhos cada vez mais enormes, enquanto acariciava Carlos
Gardel. Bebeu bastante nessa semana. E teve um sonho: caminhava
entre as pessoas da repartição, todas de preto, acusadoras. À exceção
de Raul, todo de branco, abrindo os braços para ele. Abraçados
fortemente, e tão próximos que um podia sentir o cheiro do outro.
Acordou pensando estranho, ele é que devia estar de luto.
Raul voltou sem luto. Numa sexta-feira de tardezinha, telefonou
para a repartição pedindo a Saul que fosse vê-lo. A voz de baixo
profundo parecia ainda mais baixa e mais profunda. Saul foi. Raul
tinha deixado a barba crescer. Estranhamente, em vez de parecer mais
velho ou mais sério, tinha um rosto quase de menino. Beberam muito
nessa noite. Raul falou longamente da mãe ― eu podia ter sido mais
legal com ela, coitada, disse, e não cantou. Quando Saul estava indo
embora, começou a chorar. Sem saber ao certo o que fazia, Saul
estendeu a mão, e quando percebeu seus dedos tinham tocado a barba
crescida de Raul. Sem tempo para compreenderem, abraçaram-se
fortemente. E tão próximos ficaram que um podia sentir o cheiro do
outro: o de Raul, flor murcha, gaveta fechada; o de Saul, colônia de
barba, talco. Durou muito tempo. A mão de Saul tocava a barba de
Raul, que passava os dedos pelos caracóis miúdos do cabelo do outro.
Não diziam nada. No silêncio era possível ouvir uma torneira pingando
longe. Tanto tempo durou aquilo que, quando Saul levou a mão ao
cinzeiro, o cigarro era apenas uma longa cinza que ele esmagou sem
compreender.
Afastaram-se, então. Raul disse qualquer coisa como eu não tenho
mais ninguém no mundo, e Saul outra coisa como você tem a mim
agora, e para sempre. Usavam palavras grandes ― ninguém, mundo,
sempre ― e apertavam-se as duas mãos ao mesmo tempo, olhando-se
nos olhos injetados de fumo e choro e álcool. Embora fosse sexta e não
precisassem ir à repartição na manhã seguinte, Saul despediu-se.
Caminhou durante horas pelas ruas desertas, cheias apenas de gatos e
putas. Em casa, acariciou Carlos Gardel até que os dois dormissem.
Mas um pouco antes, sem saber por quê, começou a chorar sentindo-se
só e pobre e feio e infeliz e confuso e abandonado e bêbado e triste,
triste, triste. Pensou em ligar para Raul, mas não tinha fichas e era
muito tarde.
Depois chegou o Natal, o Ano-Novo que passaram juntos,
recusando convites dos colegas de repartição. Raul deu a Saul uma
reprodução do Nascimento de Vênus, de Botticelli, que ele colocou na
parede exatamente onde estivera o quadro de Van Gogh. Saul deu a
Raul um disco chamado Os grandes sucessos de Dalva de Oliveira. A
faixa que mais ouviram foi "Nossas vidas", prestando atenção naquele
trechinho que dizia até nossos beijos parecem beijos de quem nunca
amou.
Foi na noite de 31, aberto o champanhe na quitinete de Raul, que
Saul ergueu a taça e brindou à nossa amizade que nunca vai terminar.
Beberam até quase cair. Na hora de deitar, trocando a roupa no
banheiro, muito bêbado, Saul falou que ia dormir nu. Raul olhou para
ele e disse você tem um corpo bonito. Você também, disse Saul, e
baixou os olhos. Deitaram ambos nus, um na cama atrás do guardaroupa,
outro no sofá. Quase a noite inteira, um podia ver a brasa acesa
do cigarro do outro, furando o escuro feito um demônio de olhos
incendiados. Pela manhã Saul foi embora sem se despedir, para que
Raul não percebesse suas fundas olheiras.
Quando janeiro começou, quase na época de tirarem férias ― e
tinham planejado juntos quem sabe Parati, Ouro Preto, Porto Seguro ―,
ficaram surpresos naquela manhã em que o chefe de seção os chamou,
perto do meio-dia. Fazia muito calor. Suarento, o chefe foi direto ao
assunto: tinha recebido algumas cartas anônimas. Recusou-se a
mostrá-las. Pálidos, os dois ouviram expressões como "relação anormal
e ostensiva", "desavergonhada aberração", "comportamento doentio",
"psicologia deformada", sempre assinadas por Um Atento Guardião da
Moral. Saul baixou os olhos desmaiados, mas Raul levantou de um
salto. Parecia muito alto quando, com uma das mãos apoiadas no
ombro do amigo e a outra erguendo-se atrevida no ar, conseguiu ainda
dizer a palavra nunca, antes que o chefe, depois de coisas como areputação-
de-nossa-firma ou tenho-que-zelar-pela-moral-dos-meusfuncionários,
declarasse frio: os senhores estão despedidos.
Esvaziaram lentamente cada um a sua gaveta, a sala vazia na hora
do almoço, sem se olharem nos olhos. O sol de verão escaldava o tampo
de metal das mesas. Raul guardou no grande envelope pardo um par de
enormes olhos sem íris nem pupilas, presente de Saul, que guardou no
seu grande envelope pardo a letra de "Tu me acostumbraste", escrita
por Raul numa tarde qualquer de agosto e com algumas manchas de
café. Desceram juntos pelo elevador, em silêncio.
Mas quando saíram pela porta daquele prédio grande e antigo,
parecido com uma clínica psiquiátrica ou uma penitenciária, vistos de
cima pelos colegas todos nas janelas, a camisa branca de um e a azul
do outro, estavam ainda mais altos e mais altivos. Demoraram alguns
minutos na frente do edifício. Depois apanharam o mesmo táxi, Raul
abrindo a porta para que Saul entrasse. Ai-ai! alguém gritou da janela.
Mas eles não ouviram. O táxi já tinha dobrado a esquina.
Pelas tardes poeirentas daquele resto de janeiro, quando o sol
parecia a gema de um enorme ovo frito no azul sem nuvens do céu,
ninguém mais conseguiu trabalhar em paz na repartição. Quase todos
ali dentro tinham a nítida sensação de que seriam infelizes para
sempre. E foram.

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